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domingo, 11 de outubro de 2009

Ainda dizem que o nudismo não ajuda ao turismo...


Jornal El Mundo de 25 de Maio de 2006.
Madrid – Espanha (Edição Nacional)

Contracapa:
Excursões… só para nudistas.

Peter Englert – O empresário alemão tem conseguido revolucionar o sector do turismo no Reino
Unido com uma agência de viagens atípica

Se procurarmos no diccionário a palavra ‘empreendedor’,
encontraremos este significado: “Que executa resolutamente
acções difíceis ou complicadas.” A definição final pode ser bem
aplicada, sem dúvida alguma, a Peter Englert. Este alemão
residente no Reino Unido à quase 40 anos, não é o que podemos
chamar de empresário comum. Até à poucos dias ele era
proprietário da Peng Travel www.pengtravel.co.uk/ , uma agência de viagens com sede
em Romford-Essex, que possui uma curiosa peculiaridade: Todos
os seus clientes praticam nudismo.
Englert fundou a empresa em 1971, mas o número de clientes
não foi o esperado: no duro início só 28 pessoas se dirigiram a
ele para reservar excursões ao exterior e o clima da Inglaterra não
era muito atractivo para a prática nudista.
Sem embargo, o empenho de Englert vislumbrou que o interesse por este tipo de férias
em que não se precisa de trajes de banho na mala superaria todas as expectativas. Em
2005 a Peng Travel teve 4000 clientes, faturou 2,6 milhões de libras e um lucro liquido de 235mil libras.
“Quando criei o meu negócio, a maioria de meus clientes era sócio de clubes naturistas.
Agora, estes perfazem menos da metade de minha clientela.”, diz Englert, que também
assegura que na Alemanha o naturismo já era, naquela época, muito mais comum do que
em seu país adoptivo.
O rosto de Englert apareceu em numerosos meios de comunicação britânicos quando resolveu vender a sua
empresa, a Travelzest, em 9 de maio passado, uma agencia de turismo – não naturista.
Nesta venda, fala-se que Englert recebeu uma volumosa soma de 1,8 milhões de libras.
“Os britânicos são tímidos” diz o empresário inovador. “Não são capazes de conversar
com a pessoa que se senta ao seu lado no comboio, por isto, despir-se diante de estranhos
deveria ser difícil para eles. Também o tempo não ajuda a fomentar o naturismo. Porém
uma vez que o praticam, sentem-se como peixes na água”. Segundo algumas estimativas,
existe algo em torno de um milhão de nudistas no Reino Unido e mais de 20 milhões em
toda Europa.
Peter Englert nasceu em Berlin à quase 70 anos. Criou-se numa família tradicional que
nunca praticava o naturismo. A primeira aproximação de Englert com este hábito ocorreu
ainda em sua adolescência, numa excursão a uma ilha do Mar do Norte, onde todos seus
companheiros se despiram.
Ele continuou sua experiência em outras ocasiões “num lugar adequado e nos
momentos propícios, não numa fria manhã de inverno londrino”. Depois disto trabalhou
em diferentes agências tradicionais de turismo, no princípio na Alemanha e logo depois na
Inglaterra. Foi ali onde surgiu a idéia que lhe fez famoso em toda ilha. “Era a ocasião de
combinar um interesse meu com uma oportunidade empresarial. Mas estou seguro que
muitos de meus colegas acharam que aquilo era uma loucura”, relembra Englert.
Dito e feito
As actividades da empresa começaram com um único destino, a antiga Iugoslávia, um dos
poucos lugares na Europa que oferecia boas opções naturistas naquela época. Porém,
hoje, a Peng Travel possui uma ampla gama de opções turísticas com muito sol em
Espanha, França, nos países das Caraíbas e no México, onde os turistas podem jogar Volei
de Praia, andar de Windsurfe, dançar ou comer num restaurante totalmente nus. Uma das
normas do “Desire Resort” (um dos destinos no país Asteca), mostra bem quais são as
actividades esperadas no naturismo: “Nossas opções são variadas, porém não permitimos
actividades e propostas sexuais nas áreas comuns”.
Apesar das opiniões de Englert acerca da timidez britânica para desnudarem-se, o primeiro
clube naturista fundado no mundo foi fundado – ironia do destino – por um inglês no
meio do apogeu do Império Britânico. A sede deste clube não estava na Inglaterra, e sim
na distante Índia que era parte dos domínios da coroa britânica e cujas temperaturas eram
muito mais agradáveis para a prática do Naturismo. Em 1891, Charles Edward Gordon
Crawford, que era juiz em Bombaim, decidiu descansar de suas obrigações jurídicas nas
praias de Thana sem levar uma peça de roupa. Infelizmente para o movimento naturista
britânico, o clube acabou fechando em pouco tempo por causa do pequeno número de
sócios que Crawford conseguiu juntar.
Segundo Englert “nós desfrutamos do naturismo porque ele significa liberdade. Sentir o
vento em todas as partes do corpo é magnífico e quando nadas, é muito gostoso fazê-lo
sem roupas.
O Naturismo rompe os tabus sociais e faz com que relaxemos
saudavelmente, sem conotações sexuais”.


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